Futsal do Litoral a Trás-os-Montes

segunda-feira, abril 16, 2007

No Futsal raciocinar é fundamental...

Pretende-se com este trabalho explicar as variantes que determinam as tarefas no domínio decisional dos jogadores nas acções defensivas/ofensivas, quer ao nível das tarefas elementares, quer ao nível das acções colectivas.

Importa salientar que toda a estrutura orgânica do jogo depende directamente das variantes inerentes à problemática do domínio físico, técnico, táctico e psicológico. Este último assume grande relevância no desenrolar das acções colectivas e individuais, dado que é no domínio do raciocínio que o jogo assume a dimensão estratégica que o treinador pretende assumir nas acções básicas elementares e complexas, individuais ou colectivas.

Espero com a presente explanação produzir e evidenciar o papel da filosofia que a Psicologia do Desporto assume na mecanização, identificação e desmistificação que o jogo de Futsal abarca, aquando da sua implementação ao nível do treino e necessariamente na sua forma competitiva.

“O acaso encontra-se por todo o lado, à nossa volta, governa o nosso quotidiano. Antes de o tentar abolir é tarefa prioritária compreendê-lo para dele depender menos, ou mais conscientemente”
Etienne Lalou


É no domínio do saber que os atletas evidenciam as necessárias condições para produzir sucesso nas acções técnico-tácticas. Desta forma, as aprendizagens solicitam a participação das componentes inerentes aos princípios abrangentes pelo jogo no seu todo.

Logo a componente física, técnica, táctica e psicológica são condição primordial na aquisições das referidas aprendizagens e não podem dissociar-se entre si, uma vez que mesmo em situação de treino o atleta deverá em todas as situações abarcar as quatro componentes, através de uma participação activa, com qualidade ao nível das execuções, de forma a interpretar as movimentações respeitando os seus princípios e com uma elevada carga no que respeita à concentração e atitude mental.

“O que temos que aprender, aprendemos a fazer”
Aristóteles

A Táctica exige raciocínio

A táctica é diferente da técnica que é automática e o jogador executa os fundamentos sem pensar, pois os gestos técnicos (passe, remate, domínio, etc.) são realizados por reflexo, uma vez que estão sob o domínio da medula que controla os impulsos nervosos.
A táctica exige raciocínio, os jogadores têm que pensar naquilo que vão realizar em cada situação do jogo: os padrões de movimentos, os posicionamentos, as jogadas... não acontecem por reflexo, mas sim depois que o cérebro processou uma informação, racionalizou e decidiu executar uma acção.

Com efeito, ressaltamos a importância dos jogadores terem um perfeito conhecimento das suas funções e obrigações durante o decorrer de uma partida de futsal. A táctica é planeada, estudada, organizada..., e quanto mais os jogadores estiverem cientes do que deles se espera, tanto mais eles se esforçarão para atingirem os objectivos traçados.


A importância de estabelecer objectivos

O estabelecimento de objectivos é uma tarefa que realizamos quotidianamente. Em algumas ocasiões sem darmos conta e noutras, através de um processo mais consciente e planificado como quando estamos dispostos a gastar uma determinada quantidade de dinheiro, planificado uma viagem, uma actividade, etc.


Dentro do âmbito desportivo a planificação de objectivos é um processo que não se converte numa ferramenta eficaz no desenrolar do desportista porque a competição realiza-se de maneira informal.

Para que o estabelecimento de objectivos seja um elemento que concretamente ajude o desportista, deve transformar-se necessariamente num processo mais formal e deve portanto dedicar-se um tempo para a sua planificação, ainda que, existe um consenso de que o êxito nas actuações desportivas depende fundamentalmente de dois factores: a destreza (força, velocidade e resistência) e a motivação (atitude mental, autoconfiança).
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Treino psicológico para Futsalistas

O psicólogo do desporto além de trabalhar o desempenho e bem estar do desportista, deve ser o responsável pela preparação psicológica do mesmo, partindo da premissa básica de que o aspecto psicológico deve ser considerado definitivamente como “parte constitutiva da sua preparação global, como um elemento mas que tem que interactuar apropriadamente com o aspecto físico, técnico e táctico” (Buceta, 1998), e que como estes podem e devem ser treinados.


Entendemos a preparação psicológica como um processo pedagógico para incrementar o rendimento desportivo mediante o desempenho de um controlo efectivo sobre as variáveis de ordem psicológica relacionadas com o logro futebolístico, formando também recursos e qualidades úteis para o desempenho do futebolista noutros âmbitos da sua vida (Valdés, 1996).



Em todas as movimentações, sejam elas individuais ou colectivas, as funções que determinam a acção de cada jogador estão subjugados (ou deveriam estar) a um raciocínio lógico e imediato para a consecução de uma determinada tarefa, porque quando assim não acontece, o erro é mais permanente e a probabilidade de sermos mais eficazes diminui, potencializando o domínio das acções adversárias.


“O problema é que, no mundo do desporto, aquilo que separa um treinador com conhecimento de um otário com sorte não é perceptível aos olhos da maioria”

Gustavo Pires

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